Mais uma vez o cinema trás um personagem canino maravilhoso: Milu. Sem ele o Tintim nada seria. Titio COBRA coloca o cão no devido lugar e desfia sobre o filme com maestria. Ele achou ótimo, eu ? Excelente!
Úrsula Maff
As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne
Quando estudava francês e cada vez mais fascinado pela língua, pedi a minha professora Lilou um livro. Ela disse: leia Tintim. Entrei num universo detalhista, colorido, que refletia um pensamento hora colonialista e estereotipado das primeiras edições até uma riqueza de detalhes e filigranas que somente Spielberg conseguiria colocar nas telas.
A escolha da técnica de captura de movimentos e performance através da computação gráfica foi perfeita. Parece teatro, e o desenho do Hergé (belga que criou o Tintim em 1929) permanece fiel ao original e até com aquele ar “vintage” do cabelo e das roupas. Ops, vamos ao filme!
No meio da praça, na feirinha local, uma miniatura de um navio belíssimo: o Licorne. Tintim, um repórter, sabe reconhecer o que é bom, pois tem imensa cultura de aventuras. Os subtextos, as imagens paralelas, são incríveis, tais como os figurinos, o andar do batedor de carteiras e o cachorro Milu. Esse fox terrier branco merece uma resenha só para ele, de tão importante que é, e também de suas estripulias constantes. E o rapazinho compra o modelo e quase que imediatamente surgem pessoas interessadas nele.
Segue-se então aquele ritmo frenético “spielberguiano” de ação, correria e perseguição. Onde somos transportados para o Marrocos, não sem antes passarmos por um navio a vapor gigantesco, com um comandante eternamente bêbado – no gibi ele é mais embriagado ainda – e um rival tenaz e malvado.
Aos poucos somos apresentados aos personagens secundários da obra de Hergé, tais como os irmãos gêmeos investigadores e suas falas sempre beirando o nonsense, o próprio marinheiro Haddock com sua determinação álcool-dependente e seus fantasmas familiares. Muito rico. Como por exemplo; a escrivaninha, tenho uma idêntica, de sua cabine. Ou então a sequência da tentativa de resgatar do falcão peregrino os três pergaminhos onde está a localização do tesouro...
Não há um minuto de descanso e à medida que Tintim e o Capitão tornam-se amigos, o desejo por aventuras aumenta. Até a descoberta o mistério que ronda o mapa, fazendo com que o Haddock possa rememorar sua batalha épica contra o Rackham no convés dos navios (cenas caprichadíssimas) e depois nos brindar com a mesma luta, agora atual, no cais, com aquelas enormes gruas de contêineres.
O filme termina linear e correto. E obviamente nos incitando a ler a obra de Hergé completa e esperar uma nova edição cinematográfica desse quadrinista fantástico e personagem lendário, Tintim.
O que há de bom: popularizar um personagem e autor meio que deixados de lado pelos americanos e consequentemente o resto do mundo ocidental
O que há de ruim: são três histórias diversas numa só, quem já leu, fica meio chateado
O que prestar atenção: as carteiras, os tipos de couro descritos, o interior do navio, tudo é muito, muito precioso e bem feito, um deleite aos olhos
A cena do filme: - Qual a sua fome de aventuras?
Cotação: filme ótimo (@@@@)
COBRA
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