sábado, 29 de maio de 2010


Origens

Meu nome de batismo é Úrsula Maff. Sou filha de Macm Diamond e Nina of Mauro’ s Kennel. Minha raça é Schnauzer Miniatura e minha coloração, sal e pimenta. Nascida em Goiânia de parto normal de uma ninhada numerosa em 19/03/2003. Diferente da maioria das pessoas que hoje em dia nascem de cesariana e precisam de cuidados extremos até os 18 anos, eu em poucos meses já sabia me virar.

Sou forte, tenho muita personalidade e moro com um bando de 04 humanos. Dois adultos, macho e fêmea e dois jovens irmãos, também formando um casal. Fui escolhida com cuidado, por ser fêmea e ser a mais ativa entre meus irmãos. Nos testes de temperamento de filhote de Volhard que fiz em 09/05/2003 fui classificada entre os números 2 e 3 que significa um cão cheio de energia e dominância.

Vocês poderiam dizer que as crianças são assim, mas não é verdade. Durante o meu crescimento eu ouvi de pais variados que falavam que vários filhotes deles eram inteligentíssimos, espertos, saltadores e bons para comer. O que vejo são meninos e meninas grudados no computador ou na TV, sem nenhuma manifestação de vivacidade, gordos e que só comem arroz, feijão, batata frita e bife. Para onde foram os gênios da raça?
Por falar em raça, sou alemã. Uma ilustração antiga, do século XIV mostra exemplares iguais a mim. Sirvo para caçar, principalmente roedores que se embaraçam nos meus bigodes. Para falar a verdade minha predileção de caça são as aves. Principalmente as aquáticas. Nado muito bem, e água fria não é problema. Imaginem que meu dono ao ver-me nadando aos 6 meses de idade colocou o filho dele para nadar! Hoje o menino é um grande campeão, graças a mim, que dei o exemplo.

A outra filha é muito agitada, concorro com ela o amor do papai-humano. Tenho ciúmes, ciúme louco! Sempre que posso urino no banheiro dela, marcando território. Ela faz muita festa para mim, mas eu não gosto de pegação. Meu pelo é duplo: grosso por fora, como um arame, por isso adoro carinho de mãos firmes, sem apertar. Por dentro, o subpelo é denso. E quando coçam minha barriguinha, eu balanço a pata.

Infelizmente moro em apartamento. Grande para os padrões humanos, 220m2. Contudo para mim é minúsculo. Ando por ele todo. Ainda bem que tem duas amplas varandas. A primeira eu vejo a piscina e posso latir para os meninos bobinhos que vão nadar e ficam tremendo de frio. Na segunda, que é minha preferida, ela se comunica com o quarto do meu dono e do filho dele, de maneira que transito facilmente entre os dois macho-alfa dominantes da casa. Posso ver a rua e a entrada dos carros e o vizinho. Eles têm um cão, também. Mas o coitado não passeia e vive trancado, com corrente e tudo mais. Uma maldade.

Durmo cedo e acordo cedo. Sigo a rotina da casa. Tenho um ninho no quarto do rapaz, e utilizo uma camiseta dele como cobertor em noites frias. Durante o período noturno perambulo entre os dois cômodos. No do papai eu deito-me em cima de suas calças ou de sua camiseta de andar em casa. Tem o cheiro dele, que adoro. Quando ele acorda – invariavelmente as 05h20min da madrugada, eu troco de quarto e deito-me aos pés do outro.

Dormir, comer e fazer exercícios são minha rotina. Vivo bem assim e vou observando o mundo que me rodeia. Vocês, pessoas, dormem mal, comem pessimamente e acham que exercício é obrigação e não prazer. Tenho muita dó. Um cão sabe das coisas, tem opinião. Hoje por exemplo já passeei no parque e quase ataquei uns patos... E você, o que fez?

Úrsula Maff