sábado, 20 de novembro de 2010

Quinta está no Ar: Filme: " NÃO É VOCÊ, SOU EU "


O cinema argentino é infinitamente superior ao brasileiro no geral e na vida cotidiana em particular.
Aqui está um exemplo de romance em que cães são os protagonistas principais, os catalizadores dos encontros e dos desencontros.

Mais uma resenha do maravilhoso titio, o COBRA.



“Não é você, sou eu”

Quem já não levou um fora? Mas fora mesmo. Daqueles que o sujeito perde o rumo de casa. Igual à música do Peninha, “Sonhos” na parte em que ele fala “dessa paixão inesperada por outra pessoa”. O personagem principal do filme casa com uma namorada antiga, arruma tudo para ir para Miami –ela vai à frente- e quando chega a hora dele, ela diz para não ir.

Pior seria a música de fossa da Maísa “Meu mundo caiu”. O Javier, médico cirurgião, não consegue trabalhar, muda para a casa dos pais e aluga o máximo o seu melhor amigo, e a mulher dele. Cada cena em que ele conta seus problemas cria novos para ele e para os outros.

A comédia não é original, mas é boa. No desespero, vai ao psicanalista. A voz de locutor de rádio noturno, quase abafa a vozinha esganiçada do Javier. E tome cacetada.

Não consegue arrumar mulher, dá uma tremenda rata no trabalho. E ainda por cima, permanece apaixonado pela Maria. A que o chifrou sem dó nem piedade. Outra cena impagável é quando vai comprar um cachorrinho. Que rolo! Ele pede um macho e pequenino.

E o cão cresce, é um Dogue Alemão, e fêmea! E ele que havia visto pessoas se conhecendo no parque em razão dos cães, resolve sair para conquistar. Mas só aparecem crianças, velhinhos e gays. Até que um dia uma moça como um par ideal, surge. Mas o relacionamento fica na superficialidade.

Os meses passam e as situações de risco e vexames vão raleando. Até que ele consegue se envolver com a ajudante do veterinário que lhe vendeu o animal. Que bom! O cara vai desencanar... Além de conseguir um novo emprego.

Pausa para breve reflexão. Mostra os argentinos querendo mudar do país para a América. Lá eu não sei, mas eu não conheço ninguém aqui no Brasil que foi, voltou e deu certo. Ganha dinheiro enquanto está lá. E só. Outra, desnuda solidão das pessoas, nos dias de hoje, o isolamento.

Quando está tudo ficando em ordem, quem liga e diz que está chegando? Ela, a corneadora Maria. E ele vai. Um triste fato se acerca de ambos e os une. Mas ele é maduro suficiente para não misturar as coisas. Fez bem.

O final é coerente. Nem tudo está perdido, o amor se renova e tem frescor.


O que há de bom: o humor e a beleza das duas atrizes principais, Soledad Villamil e Cecília Dopazo

O que há de ruim: o sotaque tosco do portenho, machucando meus ouvidos ao falar “podjo” em vez de pollo e por aí vai...

O que prestar atenção: não adianta procura fazer curso de culinária, malhar em academia e outras variações do mesmo tema, o problema é mais profundo

A cena do filme: quando ela o beija logo e pára de conversa...

Cotação: filme bom (@@@)

COBRA


Gentilmente cedido por ele e copiado por mim, Úrsula Maff

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