sábado, 3 de dezembro de 2011

Quinta está no ar, cinema: CHAPLIN

Criativo, inigualável, engraçado, amigo dos cães. Leia um pouco sobre a biografia do humorista mais amado entre os caninos.

“Chaplin”

O que une Chaplin, Picasso, Casanova? Resposta simples: o grande número de parceiras. Resposta complexa: a intensa fome de viver, a criatividade explosiva, a longevidade, a manutenção da lucidez, a produtividade. O que o filme mostra desde pequeno é um Charles Spencer Chaplin Jr talentoso, sem medo de se expor. Um homem completo com o coração de menino. A vida é maravilhosa se não se tem medo dela.

Um irmão comum, uma mãe com distúrbios mentais. Aonde iria esse homem que consegue dar cambalhotas de frente e de costas, que ri de si mesmo, que vê o outro como um ser completo e que não consegue ficar parado? A persistência é o caminho do êxito.

Ele foi para os palcos, imitou bêbados e criou o mais célebre personagem do cinema, Carlitos, ou “The tramp” ou Charlot, depende do país. Mas a composição de botas longas, bigode, chapéu coco e aquele andar de marinheiro arqueado é universal. E o filme mostra de maneira sutil cada detalhe dessa criação ímpar. Se o que você está fazendo for engraçado, não há necessidade de ser engraçado para fazê-lo.

Ele granjeou risos em todas as platéias, mas a maior identificação foi com o proletariado. E Charles sabia disso. Contudo outras pessoas também, inclusive o poderoso J. Edgar Hoover viam-no como comunista. A perseguição foi implacável. Entre um casamento desfeito e outro refeito, Hoover tentava pegar o “senhor perfeito”. A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza.

Cada gesto criado por Robert Downey Jr está verdadeiro. Seu Chaplin é monumental. E quando ele estuda Hitler para compor o personagem – que fala! – do filme “O Grande Ditador” sua capacidade interpretativa sobe alto. Muito alto. E depois das sugestões de Douglas Fairbanks (seu amigão, e eu garanto que todo homem de valor tem um amigão do mesmo naipe) ele vai às telas. Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.

O cinema deixou de ser mudo e Chaplin se adaptou, ou será que o cinema inteiro se adaptou a ele? Cantarolando “Smile” em “Tempos Modernos”, a música é dele e não a letra... Charles vai envelhecendo e é expulso do país que escolheu para viver. Nada mais injusto. Sua última mulher lhe dá oito filhos e a alegria de viver para sempre. O amor perfeito é a mais bela das frustrações, pois está acima do que se pode exprimir.

Morre no frio, na montanha, mas não recluso. Pois não existe uma pessoa no mundo que não tenha visto a silhueta magnífica desse impoluto homem. A única coisa tão inevitável quanto a morte é a vida.

O que há de bom: o roteiro que nos permite ver a grandeza desse homem especial e a bela atuação do jovem Downey

O que há de ruim: Downey insiste em pegar os objetos e cumprimentar as pessoas com a mão direita, Chaplin era um canhoto explícito, “gauche na vida”

O que prestar atenção: nenhuma cena de xadrez, uma das paixões de Chaplin, mas as roupas que ele veste no filme são estupendas

A cena do filme: quando os cabelos ficam brancos e o brilho do olho não muda absolutamente em nada

Cotação: filme ótimo

Obs.: as frases finais de cada parágrafo são todas de Charlie...

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