Um sujeito (não vou escrever o nome dele, pois o que ele mais queria é ser alguém e para mim ele é ninguém) entra na escola onde estudou, armado de dois revólveres e carregadores em série e fuzila inúmeras crianças ( também não vou dizer quantas por que a dor não se conta ) a maioria do sexo feminino. Surpreendido por um militar , leva um tiro e se mata.
- O mundo masculino está ligado a morte e a guerra, você nunca vai ouvir que uma fêmea entrou numa escola e matou crianças
- O universo em que vivemos é visual, as pessoas precisam ser vistas e identificadas como tal, no caso desse energúmeno, ele queira ser visto como uma pessoa que "fez algo"
- O militar em questão não é um herói, apenas agiu como sua profissão orienta
- Todo suicida é um doente mental
- Cães nunca atacam para matar, somente em defesa própria ou em caça
- A sua fuga para uma religião, o seu discurso de fanatismo é o pior de tudo, pois os desajustados sempre correm para um ninho onde são abrigados por seus iguais
- Quem vendeu? Por que vendeu a arma? E a munição? Ninguém desconfiou de nada? Diante de um sujeito altamente desequilibrado?
- Onde está a família dele? Em momento algum foi submetido a uma consulta e avaliação psiquiátrica? Ou será que monstros são criados sozinhos?
- A escola nunca se preocupou com esse excluído, que fez de sua exclusão - as meninas zoavam dele - uma nova maneira de viver ( já que não me querem serei "puro" )
- Será que as pessoas ainda não perceberam que o desejo, a pulsão é a fonte de todas as psicoses e neuroses?
Úrsula Maff
úrsula...
ResponderExcluiré um assunto muito doloroso, realmente. meu filho gustavo nunca havia reparado que se matam crianças. ele me disse isso. achei chocante ele ter um contato assim com a morte. apesar de eu pedir para que os noticiários sejam evitados, na escola dele não se fala em outra coisa. com o advento do youtube e os celulares, as crianças exibem vídeos inacreditáveis umas para as outras. a conseqüência mais significativa do pequeno trauma em meu filho é ele ter parado de fazer algo que adorava fazer: brincar com os bonecos, soldados e fortões dos filmes de ação que ele coleciona. segundo ele, “não tem mais como brincar de armas”. fico com uma pena enorme de vê-lo assim e ele nem estava lá! inevitavelmente eu penso: e as que estavam? suportarão o trauma? é correto que elas, seguindo modernas orientações de psicólogos, permaneçam ali? não seria mais humano com elas fechar a escola, transferir os alunos e criar ali um centro de artes, por exemplo?
as perguntas que você fez aqui são as perguntas que devem ser feitas. nenhum crime é desassociado de outros envolvidos, mesmo que indiretamente.
eu sabia que você ia tocar no assunto na terça insana.
afagos, querida.