sexta-feira, 15 de abril de 2011

Terça Insana: ASSASSINO DE CRIANÇAS


Um sujeito (não vou escrever o nome dele, pois o que ele mais queria é ser alguém e para mim ele é ninguém) entra na escola onde estudou, armado de dois revólveres e carregadores em série e fuzila inúmeras crianças ( também não vou dizer quantas por que a dor não se conta ) a maioria do sexo feminino. Surpreendido por um militar , leva um tiro e se mata.

  1. O mundo masculino está ligado a morte e a guerra, você nunca vai ouvir que uma fêmea entrou numa escola e matou crianças
  2. O universo em que vivemos é visual, as pessoas precisam ser vistas e identificadas como tal, no caso desse energúmeno, ele queira ser visto como uma pessoa que "fez algo"
  3. O militar em questão não é um herói, apenas agiu como sua profissão orienta
  4. Todo suicida é um doente mental
  5. Cães nunca atacam para matar, somente em defesa própria ou em caça
  6. A sua fuga para uma religião, o seu discurso de fanatismo é o pior de tudo, pois os desajustados sempre correm para um ninho onde são abrigados por seus iguais
  7. Quem vendeu? Por que vendeu a arma? E a munição? Ninguém desconfiou de nada? Diante de um sujeito altamente desequilibrado?
  8. Onde está a família dele? Em momento algum foi submetido a uma consulta e avaliação psiquiátrica? Ou será que monstros são criados sozinhos?
  9. A escola nunca se preocupou com esse excluído, que fez de sua exclusão - as meninas zoavam dele - uma nova maneira de viver ( já que não me querem serei "puro" )
  10. Será que as pessoas ainda não perceberam que o desejo, a pulsão é a fonte de todas as psicoses e neuroses?
Úrsula Maff


Um comentário:

  1. úrsula...

    é um assunto muito doloroso, realmente. meu filho gustavo nunca havia reparado que se matam crianças. ele me disse isso. achei chocante ele ter um contato assim com a morte. apesar de eu pedir para que os noticiários sejam evitados, na escola dele não se fala em outra coisa. com o advento do youtube e os celulares, as crianças exibem vídeos inacreditáveis umas para as outras. a conseqüência mais significativa do pequeno trauma em meu filho é ele ter parado de fazer algo que adorava fazer: brincar com os bonecos, soldados e fortões dos filmes de ação que ele coleciona. segundo ele, “não tem mais como brincar de armas”. fico com uma pena enorme de vê-lo assim e ele nem estava lá! inevitavelmente eu penso: e as que estavam? suportarão o trauma? é correto que elas, seguindo modernas orientações de psicólogos, permaneçam ali? não seria mais humano com elas fechar a escola, transferir os alunos e criar ali um centro de artes, por exemplo?
    as perguntas que você fez aqui são as perguntas que devem ser feitas. nenhum crime é desassociado de outros envolvidos, mesmo que indiretamente.
    eu sabia que você ia tocar no assunto na terça insana.
    afagos, querida.

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