“007 – O Espião que me Amava”
1977. Roger Moore já havia consolidado seu estilo e o papel de James Bond, mas faltava algo. E então, logo na abertura – gravada no Canadá – em que ele fuzila de costas o seu perseguidor, esquiando em alta velocidade após um twist carpado e cai no vão austríaco com um antigo modelo de pára-quedas T-10 (aquele redondinho) com as cores da Inglaterra e toca o pianinho inicial da música: Nobody does it better. Makes me feel sad for the rest. Nobody does it half as good as you. Baby you're the best. Posso dizer com certeza absoluta que esse é um filme especial.
Major Amasova é vivida por Barbara Bach. Primeira bondgirl que interage de igual para igual com James. Ela é dura, linda, sexy – imagina um casal andando pelo deserto com roupas de gala sem perder a classe - e tem o mesmo treinamento dele. I wasn't looking, but somehow you found me. I tried to hide from your lovelight, but like heaven above me. The spy who loved me, is keeping all my secrets safe tonight.
Estamos em Abu Simbel, depois em Luxor, no Cairo e no meio desses magníficos e gigantescos monumentos eis que surge um rival à altura (desculpem-me o trocadilho, mas não resisti) de Bond: Jaws. Richard Kiel em momento mágico, é o dentes-de-aço, com seus 217 cm e fácies acromegálica mete medo em qualquer um. And nobody does it better. Though sometimes I wish someone could. Nobody does it quite the way you do. Why d'you have to be so good?
Se os personagens são fascinantes, a trama não deixa a desejar, pois no auge da guerra fria, agora submarinos nucleares são roubados por um louco visionário que deseja construir um mundo subaquático. Sua base é na Sardenha, vejam o diálogo entre Bond e Amasova sobre o local, delícia. Vamos direto para uma das minhas ilhas prediletas da Europa... The way that you hold me, whenever you hold me. There's some kind of magic inside you, that keeps me from running, but just keep it coming, how'd you learn to do the things you do.
A perseguição do carro de Bond, um Lotus branco, o mitológico Esprit S1 Turbo é de cair o queixo. Motos com sidecar, um Ford Cortina MK IV 2.3 Guia, helicóptero –pilotado pela deliciosa Caroline Munro, a Naomi - e espetacular salto no mar, a incrível transformação do bólido em um, pasmem, submarino! And nobody does it better, makes me feel sad for the rest. nobody does it half as good as you.
Obviamente que existirá um final nisso tudo, mas qual? Já que o dentes-de-aço parece ser indestrutível, o vilão Stromberg muito sapiente e preparado e a própria Amasova que ao saber que James matou seu antigo amante promete liquidá-lo ao final da missão. Entretanto James Bond mostra-se imune a todas as ameaças e em outra cena marcante, atira no lunático-aquático, joga Kiel aos tubarões e, ao deitar-se com Amasova, ela sucumbe aos seus encantos atirando na rolha do champagne, que novamente é provavelmente um Dom Pérignon '52 já que no filme anterior ele saboreia um '64 apesar de preferir a safra de '62. Baby baby Darling, you're the best, baby you're the best!
O que há de bom: música tema envolvente com letra que traduz o sonho de todo homem, além de personagens e locações marcantes
O que há de ruim: eu tinha somente 14 anos nessa época e nunca imaginaria o quanto esse filme depois significaria, vendo-o ali, no Cine Ouro, em Goiânia
O que prestar atenção: primeiro filme em que o próprio ator está representado no clipe da música
A cena do filme: ele se apresenta todo pomposo para o dono do clube local, no Cairo, James; James Bond e o sujeito responde; e daí?
Cotação: filme excelente (@@@@@)
COBRA
by Úrsula Maff
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