quarta-feira, 23 de junho de 2010
Entre Dois Amores
Alguém já deve ter visto o filme com a Meryl Streep e o bonitão do Robert Redford. É na África. Mas só o título que importa... Que mulher nunca ficou dividida entre dois amores? Um do passado –que retorna- e o do presente? O legal e aquele que mexe com você? Um que é belo de se ver e outro de conversar? Eu convivo diariamente numa dualidade tipicamente feminina. Qual escolher? Qual deles eu amo mais? Nem sei...
O primeiro é um Dinamarquês, ou Dogue Alemão. Ele é enorme, gigantesco. Mas não é abrutalhado, ou tosco, ou grosseiro. Ao me colocar em sua cama, enrolo-me aos seus pés (como são grandes!) e delicadamente ele me acaricia. Seu pelo é tigrado. Adoro abraçá-lo e encostar-se ao seu peito quando ele chega da aula e deita comigo no sofá. Sua voz é firme, um latido alto e sonoro. Inigualável. Territorial, mas dócil. Adora crianças. E sua simples presença impõe respeito. Junto dele sinto-me tranqüila e serena.
O outro é um Dobermann, também alemão. Pelo marrom, e hipnóticos olhos verdes. Eu nem consigo ficar mirando de frente, rapidamente fico com a barriguinha pra cima para ele coçar. É mais velho do que o Grand Danois, acho que poderia até ser pai dele. Mas essa maturidade é que me detona! Perto dele eu mudo. Não aceito ninguém sentado ao seu lado e se for fêmea eu rosno, rosno e rosno. Se for macho eu também fico ligadíssima, sua atenção deve ser só para mim. Mas ele ri. Ri muito e basta estalar os dedos que eu venho. Basta dizer meu nome: - Úrsula! E acabou. Sou toda dele.
Outro dia o Dogue deixou uma sunga no chão, eu guardei na minha caminha. Vasculhando o quarto do Dobermann, encontrei uma gravata. Não resisti! Recolhi aquele objeto também. Deitei-me exatamente em cima de ambas, tomando cuidado para meu corpo tocar o mais possível cada um dos vestuários deles. E também metade na sunga e metade na gravata. Não deu. A gravata enrolei no pescoço e a sunga ficou aos meus pés. E assim foi.
Com é que a gente se liga tanto nestes detalhes? Uma roupa, um sorriso, uma palavra. Tudo que eles fazem, estou atenta. E parece que eles às vezes nem percebem que estou ali. Entretanto eu os sigo, pela casa toda; o tempo todo.
Se fosse comparar a idade canina deles, o Dinamarquês é muito jovem para mim 2,28 anos e o Dobermann tem 6,7 anos. A minha idade humana seria mais ou menos de 42 anos. Contudo o que separa os animais apaixonados é o comportamento. O que posso dar de atenção e carinho é minha maior preocupação, em segundo plano, o que consigo e aprecio receber.
Entretanto não existe um “carinhômetro” e nem um “atenciômetro”, mas como cachorrinha esperta que sou, quase uma anteninha viva, sei que ambos me amam! Assim ficou fácil, basta eu decifrar aquele que mais tenho afinidades. O que vem sendo impossível. Poderia colocar os dois para brigar, compará-los (as duas coisas que os machos mais detestam é serem testados e comparados) e ver qual ganha. Mas o problema é que eles se dão muito bem. Uma dupla formidável. Aí quem perderia seria eu, e os dois!
Já desisti de minhas elucubrações afetivas. Fico com ambos enquanto der certo. Atualmente faço um revezamento noturno entre os quartos e na hora do almoço dou uma chance para as donas e como na mão delas. No intervalo do dia, quem chega primeiro eu faço festa. E quem chega depois, as gracinhas vão na mesma medida com ronronares – cão também ronrona – e reboladinhas sutis.
E você? Quem escolheria? Entre os magros, fortes, inteligentes e dedicados exemplares? O maior, mais calmo e tranqüilo? Ou o menor, mais elétrico e audacioso? Eu já fiz minha opção, mas não vou contar; quem descobrir, eu confirmo. E na sua casinha? Quem é o dono escolhido? Qual o cão botou a patinha e disse, é ele?
Mais vale um cão na pata do que dois cavando.
Úrsula Maff
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muito bom!
ResponderExcluirAnônimo,
ResponderExcluirObrigado pelo incentivo, mas você não fez a sua escolha. Quem é o líder da matilha na sua casa?
TUDO MENTIRA!
ResponderExcluirVOCÊ NÃO AMA ESSES DOIS!
VOCÊ ME AMA.
Maria Clara,
ResponderExcluirÉ claro que eu amor você... Lembra-se quando eu matei aquela barta nojenta e coloquei no seu travesseiro?
Aquilo foi uma demostração do meu afeto. Oferecendo a caça para você. Colocando-a como parte do bando.
Você é a minha irmãzinha mais velha.
Mas o papai e o irmão são minha escolha. Desculpe-me, mas é mais forte do que eu...
Lambidinhas, rosnado baixinho, uuuuurh,
Úrsula Maff
Lembro, lembro...
ResponderExcluirTudo bem cão, eu faço parte do bando então.
Olá Maria Clara,
ResponderExcluirVocê sempre fez parte, o problema é que nem sempre podemos ser o centro das atenções.
Mesmo você, linda e inteligente, algumas vezes ficará em segundo plano.
Cheirinho pra você,
Auurrrrrrrrrrrrrrrrr,
Úrsula Maff