domingo, 5 de junho de 2011

Quinta está no ar, cinema: LENDAS DA PAIXÃO

Se eu fosse humana com certeza namoraria com este personagem vivido por Brad Pitt. O Tristan Ludlow. Mais animal do que gente. Selvagem, independente. Como sou uma cachorrinha, me contento em oferecer meus préstimos - lambidinhas, corridas, natação - em quaisquer aventuras de caça com ele.

Titio COBRA nos oferece uma resenha encantadora sobre esse filme que mostra muito das reações humanas mais típicas tais como o amor, a paixão, a família, a amizade, o ódio, a ignorância e a inveja.

“Lendas da Paixão”

Brad Pitt foi “descoberto” no filme Thelma e Louise, em 1991, e tornou-se um símbolo sexual mundialmente conhecido. Mas o que as pessoas ainda não sabiam é que este ator era também talentoso. Chega então o ano de 1994 em que no triplo lançamento de “Um Favor Indecente” (pouquíssimo visto no Brasil) e “Entrevista com Vampiro” e “Lendas da Paixão” Pitt mostras as três grandes facetas que o acompanharão para sempre: o cômico, o outsider e o selvagem. E sempre belo.

Aqui, aos 31 anos, no auge de sua realeza loira, com longas madeixas cuidadosamente clareadas e penteadas, ele é o filho do meio de nada mais nada menos do que Sir Anthony Hopkins: o indomável Tristan Ludlow. Entre o sério e responsável primogênito Alfred e o frágil caçula Samuel, ele brilha. Irradiando força e energia, monta cavalos no estado de Montana, lida com índios que o consideram um deles e sua simples presença perturba qualquer mulher heterossexual presente.

Samuel aparece do nada com sua noiva, a metida à independente Susannah, vivida por Julia Ormond, que por incrível que pareça está feia na tela. Perdendo de longe para a menininha índia que depois viria a crescer e a se tornar a espetacular Isabel (Karina Lombard). Susannah toca o terror. Sedutora e inconseqüente, faz com que os quatro machos –sendo que três deles são alfa-dominantes – apaixonem-se por ela. Irmãos e pai disputando uma mulher é algo errado e que geralmente resulta em morte.

Samuel vai para guerra e Tristan vai atrás. Para protegê-lo. Mas mesmo sendo um animal leve, resistente e flexível, Tristan não é onipresente. E seu irmãozinho do coração bate as botas de maneira inglória.

A culpa o perseguirá até o seu fim. Agora Susannah está livre. Para homens como Pitt o acasalamento é natural e apenas uma conseqüência da atração que despertam. E assim acontece. Sua alegria é contagiante e até o sorriso do seu pai aumenta na proporção em que é feliz.

Entretanto seu outro irmão a deseja. E não esconde seu objetivo. Tristan é um ser livre. Completamente. Se quer caçar, vai caçar. Se deseja dormir, refestela-se em qualquer lugar e pega no sono. E se decide buscar a si mesmo, seus desígnios próprios jamais conseguem ser impedidos. E ele parte.

Não sem antes amarrar a fêmea em promessa de aguardá-lo. Passam-se anos. Poucas notícias, e até uma carta em que a dispensa com poucas e curtas palavras. Assim Tristan age. Incompressível para o mundo de frouxos que o cerca, inclusive seu irmão que aproveita do fato e casa-se com aquela que sempre quis ter um Ludlow, seja ele qual for.

Num dia ensolarado qualquer o chão treme, os corcéis a galope resfolegam e com sua figura jovem, o sorriso imutável, Tristan retorna. Nada mudou. Nem a paixão de sua antiga eleita, a devoção do pai, o respeito do irmão e o amor daquela que a desejou ardentemente desde sempre: Isabel.

Susannah é maninha – expressão goiana para vacas que não conseguem emprenhar – e Isabel lhe dá os filhos mais bonitos do mundo. Tristan está doce e calmo. O urso que coabita seu coração e alma está adormecido. Ele negocia com álcool. Numa época em que isto é proibido. E incomoda os valentões locais.

É incrível como um sujeito como Tristan inverte a ordem local. Sua energia incomoda, desperta constrangimento e inveja. E assim os “donos” do negócio o atacam. E –mesmo que sem querer – causam uma morte impossível de ser digerida ou perdoada. A besta hibernada há anos a fio acorda e ele ataca.

Preso, chateado, irremediavelmente marcado. Chega o dia de sua libertação e obviamente a vingança. Quando ele agride o imbecil no celeiro, ou quando pede para que os inimigos o levem do local, mas não o matem na frente de sues filhos, nota-se a imensurável nobreza de sua pessoa.

E então, no último momento, o pai -já velho e sequelado- reage. E o irmão percebe que não se muda a Natureza de um ser como Tristan e o salva. Ali, pela primeira vez o clã Ludlow está em paz. O que explica, mas não justifica a necessária partida da insana Susannah.

O que há de bom: um grande ator superando o mito da beleza e esbanjando talento

O que há de ruim: a inveja, a incompreensão e o mundo medíocre retratado em torno do solar Tristan

O que prestar atenção: pai e filho são uma instituição insondável e impenetrável, e o fim daqueles que quebram este laço é sempre trágico

A cena do filme: - Eu vou ser jornalista ou advogado ou sei lá o quê, e você Isabel, o que vai ser quando crescer? – Vou me casar com Tristan.

Cotação: filme excelente (@@@@@)

COBRA

4 comentários:

  1. sem palavras. o filme é realmente tudo o que seu titio descreveu
    e
    tristan, uma raridade,

    uma força da Natureza.

    :)

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  2. Olá Betina,

    Gosto e dos da sua raça. São raros, mas são essenciais!

    Úrsula Maff

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  3. Mais uma dica de filme: http://www.youtube.com/watch?v=FUVnfaA-kpI

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  4. Olá amigo,

    Parece ser interessantíssimo. A música, é hors-concours! "Stand by me" .

    Vou pedir para o titio COBRA assistir, e aí ele vai comentar.

    auf, auf, auf,

    Úrsula Maff

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