“Marley e Eu”
Um homem casado, uma esposa zelosa, e a casa vazia. E um cão. Adoro cães, posso assistir ao filme pela ótica canina ou pela humana. Uma será doce e outra meio amarga. Mas acredito que em um parágrafo cabem ambas. Cão-binação.
Ele é um jornalista meia-boca, cheio de sonhos que anda num carrinho europeu quebrado e está casado. E ela não consegue, ou não quer engravidar. Compra um cachorrinho, lindo, fofo, batizado de Marley. Um labrador cor de caramelo, totalmente indisciplinado. Cão-fusão.
O animal domina a casa de maneira completa, é um grande destruidor e os “pais” fazem-lhe as vontades todas. Enquanto isso o amigão –solteiríssimo- é repórter-investigativo e vive viajando. Cenas e cenas do animal arrebentando com todos os cômodos da residência, eu morri de rir. Cão-tinuação.
Até que ele numa enrascada total, tenta mudar de vida. Abandona os sonhos e resolve mudar para um condomínio chatésimo, mas seguro. E ela depois de um aborto, engravida. Novos takes do bicho se alimentando de mangas, almofadas, e até um presente de ouro. Arrebenta tudo, quebra até a paciência de ambos. Cão-tusão.
Ele recebe uma proposta irrecusável, muda-se para uma cidade fria e o ambiente de trabalho idem. A moça que sempre foi linda, entrega-se apenas ao trabalho. E Marley prossegue na sua saga de dono-da-casa sem limites ou prisões. O carro do repórter só vai melhorando. Cão-ciliação.
As crianças nascem e vão crescendo, umas briguinhas aqui e ali. O ator é muito simpático, gente boa, mas sem ação. Gosto quando ele escreve sobre o seu melhor amigo, o cão. Em vez de rivalizar por espaço com os novos rebentos, o Marley torna-se o melhor amigo deles. Não há cão-petição.
E a vida linear deles passa, com trabalho garantido, crianças lindas e um velho animal. Agora se arrastando, passando mal pela casa. O que toca as pessoas é a idealização de uma família padrão. Todos querem amar e serem amados. E somente um cão consegue fazer isso de maneira incondicional. Mas cães duram pouco, no máximo –os grandes- uns quinze anos. E aí? Final com muita cão-paixão.
O que há de bom: divertidas cenas das estripulias do labrador
O que há de ruim: a vidinha normal do casal não dá espaço para sonho mais altos
O que prestar atenção: eu vi uns quatro cães diferentes fazendo o Marley, a produção me respondeu que foram 22 e metade deles, filhotes
A cena do filme: o final lacrimejante, como eu já disse, amo cães
Cotação: filme bom (@@@)
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