Dessa vez o titio "COBRA" disseca mais um filme para nós.
“102 DÁLMATAS”
Londres é uma cidade triste, onde o povo dirige os carros de maneira contrária e fazem amor de meias. No comecinho do filme me deparo com uma animação gráfica de altíssima qualidade feita com as pintas dos cães. Classificado como um cão de companhia e de origem caçadora, o dálmata padrão de raça se caracteriza por ter aquelas manchinhas bem distribuídas, a cauda branca, a orelha preta e sem máscara nos olhos.
Belíssimos exemplares caninos, um Borzoi, um Mastim, e uma arara legais. Os donos ficam um pouco aquém. A apresentação dos personagens é boa mas incompreensível para uma criança abaixo de 7 anos. Pergunto aos meus filhos: “- Tá gostando? Tô, mas não estou entendendo nada.” Muito difícil saber o que é um oficial de justiça e fácil ver a Cruela presa. Mais difícil ainda não deixar de simpatizar com ela e seu cãozinho exótico.
O dilema infantil está armado. Torço pra Glen Close e seus vestidos “brega-fashion” ou pro casalzinho bem intencionado, mas sem o menor charme ou capacidade de interpretação? A opção é clara. A galerinha do mal volta toda sua atenção para a arara que pensa que é um Rottweiller e para o mordomo.
Figura ímpar na dramaturgia cinematográfica, o mordomo é essencial. Sua devoção canina e interpretação aparvalhada me tiram risos. Ele é fidelíssimo. Quando surge o rival francês, que dirige o carro ( um Rolls Silver Spirit zerado ) de sua amada e idolatrada chefa, toma champanhe com ela e tudo mais. Ele fica possuído !
Glen Close, mesmo num papel medíocre consegue chamar atenção. Está teatral como na Brodway. Combinar preto com branco é muito árduo. Ela alcança o tom exato entre o escracho e o chique. Sua casa e seus casacos de vison, chinchila, raposa do ártico e outros menos votados são fofos.
Do meio por fim a garotada começa a sacar o filme. Perseguições e ação é o que eles gostam. A cena da Dama e o Vagabundo ( filme imprescindível para ver no início do namoro quando você quer dar uma de carinha sensível e amoroso ) recheada com os atuais atores é a melhor.
A comunicação latidal é um uivo só. Inúmeras espécies, desfilam impunemente. Gosto muito de cães. Cada pessoa parece com o cão que tem. Pena que o meu faleceu quando casei-me há 10 anos. Morreu de desgosto por eu tê-lo abandonado. Era um Doberman. Na lua-de-mel, na beira do lago Osorno, em Frutillar-Chile. Minha eterna esposa ria feliz pela notícia do passamento do meu dog. É a única rusga entre nós. Ela matou o cachorro! Desgraçada! Tudo bem. É o preço que pago pela estabilidade do matrimônio. Era ela ou o Bloy do Anhanguera...
O filme pega no tranco e a cena final da fuga dois filhotes e a liderança da Albina são massa. Massa de bolo ...
O que há de bom: várias raças, uma arara, um mordomo ( que é o verdadeiro cão ) e fotografia no capricho
O que há de ruim: não é filme pra crianças e nem pra adultos, digamos que a metade agrada a cada parcela da população. Pra falar a verdade, filme bom atinge todo mundo.
O que prestar atenção: quando vão ao teatro de marionetes no Saint James Park, ainda imbatível, em toda a Europa. A modificação do cabelo da Cruela Devil e o seu próprio nome, em ingles.
A cena do filme: quando a arara diz: “ – Beija logo ela ! ” , espontâneo; como as crianças.
Cotação: filme regular ( *** ) tanto pra adultos como pros children
C.O.B.R.A.
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